Como calcular a Eficiência Energética?

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Muito se fala dos benefícios de implementar um projeto de eficiência energética no ambiente organizacional. Você mesmo já deve ter nos visto fazendo isso em outros artigos por aqui. Contudo, uma informação que nem sempre acaba ganhando destaque quando se discute a eficiência energética é a medição dos resultados.

Depois de investir dinheiro e, como acontece na maioria das vezes, contratar uma empresa especializada para o projeto de eficiência energética, quais são as formas de saber se tudo o que foi proposto está realmente reduzindo os gastos e otimizando o consumo?

Se você chegou até aqui com essa dúvida, hoje você sairá deste artigo sabendo da resposta. Fique com a gente e descubra como calcular a eficiência energética, utilizando dados colhidos antes e depois das novas instalações.

Definindo o consumo antes do projeto de eficiência energética

Antes de saber em que patamar o consumo da sua empresa precisa chegar, é necessário compreender como o consumo está distribuído nos equipamentos.

Para isso, é necessário que se realize uma auditoria energética capaz de definir o que chamamos de consumo de referência ou linha de base.

Esse processo consiste no levantamento dos equipamentos que mais consomem energia e na medição de cada parte do consumo, a fim de traçar um perfil para sua dinâmica de gastos antes de qualquer ação de eficiência energética.

Nessa etapa, aconselha-se medir durante um mínimo de 15 dias, de modo que situações atípicas não interfiram na avaliação final.

Há duas maneiras de realizar a medição do consumo energético, sendo que uma complementa a outra. Veja quais são as opções logo abaixo.

Medição teórica

Nessa modalidade, listam-se todos os equipamentos do ambiente, informando suas respectivas potências em Watt.

Todos os equipamentos elétricos possuem uma potência em Watt cujo símbolo é W. Você pode encontrar essa informação na estampa ou na embalagem do produto.

Por exemplo, uma lâmpada incandescente pode ter uma potência de 100W, enquanto o chuveiro 5.500W e a geladeira 330W.

Para calcular o consumo de energia elétrica de todos os equipamentos do ambiente por mês, você precisará utilizar a fórmula abaixo.

Consumo = Soma da potência dos aparelhos em Watt x Total de horas de funcionamento por mês / 1.000

Para que você visualize o cálculo na prática, vamos usar a iluminação de uma loja como exemplo. Digamos que você tenha encontrado estas informações:

  • 3 lâmpadas LED estão instaladas na unidade;
  • as lâmpadas possuem cada uma 100W, segundo especificação do fabricante;
  • as lâmpadas ficam ligadas por 240 horas (8 horas por dia x 30 dias).

Usando a fórmula prevista, o cálculo ficaria da seguinte forma:

Consumo = 3 x 100W x 240 / 1.000

Consumo = 72 kWh por mês

Esse tipo de medição ajuda a criar uma estimativa do consumo atual da empresa, mas ainda não é o suficiente para um cálculo preciso da eficiência energética.

Isso acontece porque a medição teórica não considera o fator de depreciação, ou seja, o quanto os equipamentos consomem a mais do que as especificações dos fabricantes por conta de desgaste ou obsolescência.

Um caso clássico de depreciação é de um carro zero que, depois de alguns anos, seus equipamentos deixam de funcionar plenamente. Em razão da depreciação, o dono do carro acaba tendo que compensar os problemas gastando mais com combustível.

Algo parecido acontece com os equipamentos elétricos. Por conta da depreciação, eles acabam consumindo mais energia do que o esperado.

Nesse caso, para considerar a depreciação no consumo de energia, será necessário usar outra alternativa: a medição digital.

Medição digital

A medição digital acontece por meio da instalação de medidores na unidade — caso você já possua um sistema de monitoramento de consumo setorizado, melhor ainda.

O medidor digital é um equipamento moderno para avaliar o consumo de energia elétrica, capaz de fazer averiguações precisas.

Os medidores ficam ativos durante um mês, e a principal vantagem é que eles podem estipular o consumo real dos equipamentos já depreciados. Logo, os valores calculados podem ser diferentes do que foi visto na medição teórica.

Como resultado, você descobre quais são os equipamentos que mais consomem energia elétrica na unidade. Veja o exemplo abaixo de uma loja de varejo alimentar:

Definindo o consumo depois do projeto de eficiência energética

É comum que a empresa que fez o projeto também faça a medição do consumo após a implantação. Como essa é a única forma de comprovar a economia obtida, é importante exigir que as medições aconteçam. Assim, você pode cruzá-las com as estimativas de ganho.

De início, pode-se dizer que o cálculo do ganho é uma subtração simples: consumo anterior – consumo posterior. No entanto, envolve uma série de cálculos e medições do consumo após a implementação do projeto.

O processo de medição em si é semelhante ao processo anterior. A principal diferença é que nesse caso só serão realizadas as verificações digitais por meio de medidores — temporários ou previamente instalados na unidade da empresa.

Vale ressaltar que o ganho percebido na conta pode ser menor que o ganho de um sistema específico. No exemplo abaixo, o sistema de iluminação da unidade conquistou 56% de economia. Porém, isso representa apenas 8% dentro dos ganhos obtidos pela unidade. No gráfico abaixo mostramos essa questão do antes e depois por sistema, no qual é possível verificar a diferença de redução individual de cada sistema, como também da unidade como um todo.

Protocolos auditáveis e sua importância

Há metodologias importantes para verificar os resultados de um projeto de eficiência energética. Uma delas é o Protocolo Internacional de Medição e Verificação do Desempenho Energético (PIMVP), aplicado em mais de 40 países mediante certificação.

O PIMVP é um documento que descreve práticas de medição, cálculo e relatório de economia, obtidos em projetos de eficiência energética.

O Protocolo, em diferentes âmbitos governamentais e empresas de energia, é considerado a maior referência de regulamentações nos programas de Medição e Verificação (M&V).

Com o PIMVP, o processo de M&V tem várias vantagens para a empresa que passou por uma implementação.

Por exemplo, quando a compensação do investimento acontece por meio da economia na fatura, os relatórios do PIMVP apontam as boas práticas que justificam o valor pago.

As metodologias baseadas no PIMVP garantem uma avaliação criteriosa dos resultados do projeto de eficiência energética. Essas informações obtidas podem formar um banco de dados que permita avaliar o real impacto do projeto no consumo de energia elétrica.

O PIMVP também oferece um relatório com reconhecimento internacional, além de melhorar a classificação de eficiência energética para projetos sustentáveis e auxiliar na gestão do consumo.

Agora que você chegou até aqui, esperamos que tenha compreendido como calcular a eficiência energética. Lembre-se de contar com empresas que utilizam processos de medição padronizados para obter resultados precisos sobre o consumo de energia.

Agora, que tal aprender mais sobre como criar uma estratégia de eficiência energética, seja por meio de uma empresa ou por conta própria? Se você tem interesse, não deixe de baixar nosso e-book especial sobre o assunto. Até a próxima!

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