APÓS DECISÃO DE TCU, GREENYELLOW VÊ NEGOCIAÇÕES AUMENTAREM EM GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

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Por Luciana Collet

 

São Paulo, 16/12/2020 – A decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de determinar que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apresente até fevereiro um plano de ação para a retirada da “diferenciação tarifária” entre os consumidores com e sem sistemas de geração distribuída (GD) vem servindo de estímulo a novos negócios para a GreenYellow, empresa do grupo varejista francês Casino especializada em eficiência energética e energia solar distribuída.

Segundo o diretor-presidente da empresa no Brasil, Pierre Yves-Mourgue, com a decisão do tribunal muitos clientes e potenciais clientes passaram a se preocupar com a possibilidade de perder a janela de oportunidade de instalar novos sistemas de geração distribuída em suas unidades de negócios, resultando em um aumento das consultas para a empresa. “Esse julgamento do TCU chegou como um relâmpago, que acordou todo mundo, recolocou a GD em primeiro plano, após um período em que, embora se soubesse da possibilidade de mudança na regulamentação, estava todo mundo procrastinando”, afirmou o executivo, em entrevista ao Broadcast Energia.

Ele identifica o movimento mais intenso tanto por parte de consumidores que já estavam em fase de avaliação de projetos, que tentam acelerar a tomada de decisão, quanto de grupos com projetos contratados junto a outras empresas e que, diante do temor com o lento avanço dos projetos, buscam orientação para uma possível mudança do contratado. “Estamos sentindo que essa decisão do TCU comoveu o mercado, temos feedback de clientes antigos e futuros preocupados em agilizar o fechamento de negócios ou antecipando problemas com contratos que não andam”, disse.

Com isso, ele espera que a GreenYellow consiga impulsionar sua carteira de contratos em geração distribuída. O executivo destaca que a empresa não teve a capacidade de investimento prejudicada pela pandemia e já possui uma ampla gama de informações acumuladas sobre acesso e mapeamentos de terrenos estudados, em várias localidades do País, o que lhe garante facilidade para assumir novos projetos.

Yves-Mourgue também comenta que algumas empresas de geração distribuída foram pegas pela pandemia sem capacidade de investimentos adicionais próprios – normalmente, os projetos são de antemão custeados pela empresa desenvolvedora e somente começam a ser pagos pelo consumidor quando entram em operação. Por isso, em muitos casos são necessários investidores terceiros para suportar a instalação dos projetos. Além disso, ele cita problemas enfrentados por todas as empresas, como as oscilações do câmbio, já que boa parte dos custos dos sistemas de GD é em dólar, e o aumento dos custos internacionais dos equipamentos, com fornecedores chineses reajustando inclusive valores previamente acordados, tendo em vista a retomada do apetite no próprio mercado asiático.

Mudança de regras

Para o executivo, ainda não está tão claro como se dará a resposta à determinação da Aneel: se em 90 dias o regulador apenas publicará o plano de ação visando a mudança da resolução que atualmente regulamenta a geração distribuída (Resolução 482), ou se nesse prazo pode já efetivamente publicar uma nova regulamentação, uma vez que uma revisão da norma já vinha sendo discutida. “Se você quer se proteger ao máximo, você interpreta que em 90 dias já virá a mudança, se você é mais otimista, acredita que em 90 dias conheceremos um plano de ação e a mudança se dará mais para frente”, comenta.

Ele lembrou que, inicialmente, durante o processo de revisão da Res. 482, a Aneel tinha sinalizado a intenção de abrir uma rodada de consulta pública antes de definir efetivamente qual das propostas de nova resolução iria seguir. No processo de revisão, foram apresentadas cinco alternativas, com granularidades distintas de transição para um menor volume de subsídios, da mais branda até uma mais radical, e, em algumas delas, determinados modelos de negócios perderiam a sustentabilidade.

A GreenYellow pretende apresentar à Aneel suas contribuições na discussão, sugerindo uma curva suave de redução dos subsídios, de forma a não interromper abruptamente o desenvolvimento da geração distribuída, tendo em vista a cadeia produtiva criada em volta do setor. A empresa também defende que os projetos já executados mantenham as condições originais pelo prazo de 25 anos, prazo de vida útil dos projetos, com marcos a partir da emissão do parecer de acesso, que normalmente é precedido de um contrato entre consumidor e desenvolvedor.

Contato: luciana.collet@estadao.comenergia@estadao.com

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